O construtivismo que teve por base os trabalhos de (Ausubel e
Piaget), Novak, Vygotsky, Kuhn, entre outros, foi a ideologia dominante
das últimas quatro décadas. Volto com frequência a “Ensinando Ciência
para a Compreensão”, da Plátano Editora, de Joseph D. Novak. O
Construtivismo parecia ter a receita para resolver os problemas de
aprendizagem dos alunos…pelos visto não! Trabalhos mais recentes, do
Canadiano Clermont Gauthier, dizem-nos que a abordagem terá de ser
outra, pelo menos no que toca a alunos com dificuldades e de níveis
culturais mais baixos. Chamou a esta nova abordagem de “Ensino
Explícito”.
Conceitos como “abordagem centrada no aluno”,
“pedagogia ativa” ou “desenvolver as competências” são habitualmente
traduzidos pelos Organismos Internacionais por meio da ideologia
construtivista, estando na base de abordagens pedagógicas difíceis de
serem implementadas e que necessitam de condições especiais para a sua
aplicação. Por exemplo, abordagens de ensino pela descoberta requerem
professores qualificados e experientes. Do mesmo modo, são necessários
recursos materiais, número adequado de alunos por turma, nível cultural
médio/elevado dos mesmos e condições específicas de trabalho, coisas que
as escolas públicas não possuem necessariamente...
Por que o
Ensino Explícito funciona em certas condições e o Construtivismo não?
Segundo Gauthier o motivo é que quando a Memória de Trabalho fica
sobrecarregada, a aprendizagem não pode ocorrer. Lembremo-nos que a
memória de curto prazo tem pouca capacidade de reter informações e
funciona durante pouco tempo, antes de ficar sobrecarregada. A teoria da
carga cognitiva de Sweller diz que a memória de trabalho do aluno
sobrecarrega-se com facilidade, por isso é necessário dividir e separar o
saber, apresentando-o em partes mais simples, para assegurar que a
memória de trabalho possa absorver e transferir esta informação
corretamente para a memória de longo prazo, onde elas serão organizadas.
Numa exposição oral longa a capacidade de escutar dos alunos torna-se
limitada porque a memória de trabalho acaba por ficar sobrecarregada. O
que Sweller nos diz é que nos interessa separar o saber em partes mais
simples, para dar sequência a esse saber do mais simples ao mais
complexo e, dessa maneira, podermos facilitar a aprendizagem dos alunos.
O mesmo se passa com o modelo de Ensino por Projetos. Trabalhar por
Projetos é, de facto, aliciante mas a verdade é que é para alunos com
certa autonomia, sem dificuldades de aprendizagem e de certo nível
cultural.
Um tema interessante, apesar da pouca bibliografia disponível em
Português. Do que já explorei sobre “Ensino explícito” concluí o
seguinte:
Baseia-se em:
1 – Organização eficiente da ação pedagógica
2 - Propósitos claros
3 – Aulas bem estruturadas
4 – Tarefas adaptativas (diferenciação pedagógica)
2 - Propósitos claros
3 – Aulas bem estruturadas
4 – Tarefas adaptativas (diferenciação pedagógica)
Passos:
1 – Passar em revista os pré-requisitos;
2 – Relacionar/enquadrar a matéria do dia com as aprendizagens anteriores
3 – Abordar as matérias por pequenas etapas (com exemplos e demonstrações)
4 – Alternar curtas apresentações com colocação de questões
5 – Exercícios de verificação das aprendizagens
6 - Promover exercícios individuais (diferenciação pedagógica)
7 – Enfoque na avaliação formativa/ dar feedback aos alunos com regularidade
2 – Relacionar/enquadrar a matéria do dia com as aprendizagens anteriores
3 – Abordar as matérias por pequenas etapas (com exemplos e demonstrações)
4 – Alternar curtas apresentações com colocação de questões
5 – Exercícios de verificação das aprendizagens
6 - Promover exercícios individuais (diferenciação pedagógica)
7 – Enfoque na avaliação formativa/ dar feedback aos alunos com regularidade
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