sábado, janeiro 20, 2018

Geomagnetismo - Parte II

As linhas que ligam pontos à mesma distância dos pólos magnéticos em forma de pequenas circunferências concêntricas recebem o nome de isolinhas. Estas isolinhas magnéticas podem ser comparadas com os paralelos e meridianos de um mapa. Se o pólo norte magnético fosse coincidente com o geográfico, as isolinhas relativas às propriedades magnéticas coincidiriam precisamente com os paralelos. Desta forma, para qualquer ponto ponto P, o mapa fornece os seguintes dados: 1 - a direção do norte magnético a partir de P; 2 - a latitude magnética e, daqui, a distância ao norte magnético. No gráfico podemos ver a relação entre o ângulo de inclinação, a latitude magnética e a distância ao pólo magnético. (A partir deste gráfico podemos determinar a origem geográfica de determinada rocha e saber, assim, se ela está afastada ou não do seu local de origem).
Quanto á origem, o campo magnético não é causado por rochas magnetizadas no núcleo, dado que a temperatura é muito alta (os ímanes perdem as suas propriedades magnéticas se forem aquecidos). A rotação da Terra causa um movimento convectivo nos fluídos do núcleo externo, ao qual estão associadas correntes eléctricas. A interação destas correntes eléctricas com a rotação mecânica dos fluídos gera, então, um campo magnético auto-sustentável. 
 
Alguns materiais têm estruturas atómicas que mudam sobre a influência de um campo magnético. Grupos atómicos pequenos orientam-se paralelamente às linhas de força magnética, tal como se fossem agulhas de bússolas. O esquema mostra um derrame de lava. À medida que desliza, vai arrefecendo e cristalizando. Estes cristais são de vários minerais e entre eles está o da magnetite. Á medida que esta fica sujeita a temperaturas menores (500ºC),os grupos atómicos dentro do mineral, começam a dispor-se em linhas paralelas entre si e à direção das linhas de força magnética. Quando se atingem os 450ºC, o arranjo dos átomos dos minerais de magnetite são bloqueados, não saindo mais do lugar. Preservam, assim, o registo do campo magnético terrestre, ao tempo do seu arrefecimento. Esta "magnetização fóssil" dá-nos a direção do norte magnético, quando a rocha foi formada e a distância da rocha ao pólo norte magnético. Em resumo, imaginemos que o vulcão da figura está a formar uma ilha neste momento (2018), junto do equador. Daqui a 100 milhões de anos essa ilha poderia estar mais para norte, por exemplo (arrastada pelo movimento das placas litosférias). Ao analisarmos os minerais de magnetite saberíamos que ela se formou num local diferente (mais para sul). Os valores de intensidade e direção do campo magnético apresentados pela magnetite não seriam compatíveis com essa posição geográfica.

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